Biblioteca Eng.º Guedes Rodrigues
Lote 21:
ÁGUIA (A) Revista Quinzenal ilustrada de literatura e crítica. Director e Proprietário Alvaro Pinto. – 2.ª Série, 120 números, Janeiro de 1912 – Outubro de 1921; 3.ª Série, 60 números, Julho de 1922 – Dezembro 1927; 4.ª Série, 12 números, Janeiro de 1928 – Dezembro de 1929; 5.ª Série, 3 números, Janeiro – Junho de 1932.. Porto: 1910-1932.
28 v.; 310 mm. 245 mm. Encadernações editoriais na maioria dos volumes da 2.a série, com excepção dos v. 17 a 19; restantes séries com encadernações em tecido a imitiar as encadernações editoriais. n. 10/11 da 4.a série fac-similado; alguns números com capas. Com falta da primeira série.
Revista lançada no Porto, A Águia foi publicada no seguimento da implantação da república, transformando-se na principal publicação intelectual da primeira metade do século XX. Ao longo de mais de duas décadas de existência, conheceu como directores nomes de vulto, entre os quais: Álvaro Pinto, Teixeira de Pascoaes, António Carneiro, José de Magalhães, Leonardo Coimbra, Hernâni Cidade; Teixeira Rego, Sant’Anna Dionísio, Delfim Santos e Aarão de Lacerda. Se na sua primeira série a vemos apostada em dar à revolução republicana um “conteúdo renovador e fecundo” nos seus múltiplos contributos, é só na série seguinte que a revista se apresenta como porta-voz da sociedade cultural e editorial «Renascença Portuguesa», sobre a qual Pascoaes declarou que os seus dois fins seriam a “educação nacional” e o “advento da Era Lusíada”. Sucedendo-se à sua fase mais característica, a terceira série expôe uma fase de indefinição intelectual e literária do projecto e as breves quarta e quinta séries põem a manifesto os esforços de sobrevivência do projecto original.
Nos seus diversos números, a publicação ganha o seu lugar de destaque pela colaboração em prosa e verso de grande parte dos vultos da literatura e intelectualidade portuguesa da época (Fernando Pessoa, Antero de Figueiredo, Afonso Lopes Vieira, Teixeira de Pascoaes, Alfredo Guimarães, Augusto Casimiro, António Nobre, Jaime Cortesão, Leonardo Coimbra, António Corrêa de Oliveira, entre outros) e pela publicação de um número apreciável de inéditos das maiores figuras da literatura portuguesa do século XIX. Também a quantidade e qualidade dos retratos e ilustrações ao longo dos seus números emprestam um valor insubstituível a esta públicação.
¶ Daniel Pires, 40-49 | Biblos, I, col. 85-90 | Biblioteca Alfredo Ribeiro dos Santos, 31
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