História
Lote 99:
PORTVGALIAE Monumenta Historica. A saeculo octavo post christvm vsqve ad qvintvmdecimvm Ivssv Academiae Scientiarvm Olisiponensis Edita. Olisipone: Typis Academicis, 1856-1977.
4 v. + 3 v.; 420 mm. Encadernações com lombada e cantos em pele; ligeiramente aparado; sem capas; Volumes da Nova Série com lombada e cantos em pergaminho, conservando as capas de brochura. Exemplar apenas com falta dos últimos três fascículos das Inquisitiones, publicados em 1911, 1936 e 1961 (ver nota em baixo).
Importantíssima publicação, única no seu género em Portugal, iniciada por Alexandre Herculano que dirijiu a publicação até à sua morte, Nas extensas notícias que Brito Aranha nos deixou, podemos ler o texto de todo o projecto. Herculano propôs que se publicasse “uma colecção de documentos relativos à História Social e política do nosso país, desde o século VIII até aos fins do XV” dividida em três grades divisões:
1. Monumentos Narrativos, que compreenderiam todo o género de narrativas históricas, pequenas crónicas e mais extensas, obituários, biografias, etc.;
2. Direito, dividida em três secções:
2.1. Leis e Direito Consuetudinário Civil;
2.2. Leis e Direito Consuetudinário Locais, abrangendo cartas constitutivas dos municípios, forais, costumes ou posturas municipais, etc.;
2.3. Leis e Jurisprudência estrangeiras adoptadas como direito subsidiário.
3.Diplomas e Actos Públicos
3.1. Actos Públicos pertencentes ao Governo do Reino;
3.2. Diplomas relativos às relações Externas de Portugal;
3.3. Actos Públicos e Diplomas Régios relativos a corporações ou indivíduos: doações e outros contratos, sentenças, privilégios, etc.;
3.4. Actos e monumentos privados.
Para tal empresa, percorreu Herculano e outros Académicos, o Arquivo da Torre do Tombo e outros arquivos por esse país fora e até no estrangeiro, reunindo uma enorme quantidade de importantíssimos documentos coevos para a História de Portugal.
Depois da morte de Herculano a publicação foi dirigida por João Pedro da Costa, seu discípulo, que o acompanhou em muitas viagens e trabalhos de transcrição paleográfica, ficando interrompida após a morte deste em 1898, quando se publicava a última série dedicada às Inquirições. Os últimos três fascículos, que faltam nesta colecção, correspondentes a esta secção foram publicados em 1911, 1936 e, finalmente, em 1961, correspondendo o primeiro à direcção de Braamcamp Freire, o segundo de António Baião e o terceiro por P.M. Laranjo Coelho.
Assim, a publicação acabou por ficar assim composta:
I. Scriptores, 3 fasc., 1856-1861;
II. Leges et Consuetudines, 7 fasc., 1856-1873;
III. Diplomata et Chartae, 4 fasc., 1868-1873;
IV. Inquisitiones, 6 [de 9] fasc.., 1888-1977.
Raríssima, importante e valiosa.
Incluimos nesta colecção os volumes da segunda série com os Livros de Linhagens e o Livro de Linhagens do Conde D. Pedro, publicados sob a direcção de José Mattoso em 1980.
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