Biblioteca Particular parte VI
Lot 138:
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MANUSCRITO – s.XVI – PINA (Rui de).
[CRÓNICA del Rey Afonso V]. S.l.: s.n., s.d..
Manuscrito sobre papel com 236 ff. numerados da época, a maior parte da mesma mão, havendo alguns fólios que parecem ser de outras duas; 285 mm. Encadernação inteira de pergaminho restaurada da época; corte das folhas carminado; cortes de traça no pé de vários fólios, afectando muito ocasionalmente algumas letras, mas sem conseguências para a leitura; fol. 73 com pequeno rasgão no canto superior exterior não afectando o texto.
EXTRAORDINÁRIA CÓPIA manuscrita da Crónica de Afonso V escrita por Rui de Pina que apenas foi publicad apela primeira vez na ‘Colecção de livros Inéditos da Historia Portugueza’ em 1790. Durante vários anos circularam cópias manuscritas desta crónica, sendo esta uma cópia provavelmente de meados do século XVI, pouco tempo depois da morte do cronista que ocorreu em 1522. A Biblioteca Nacional possui nos seus arquivos algumas cópias da mesma época deste texto. Durante mais de 40 anos, Rui de Pina foi figura estimada pelos reis D. João II e D. Manuel. Logo em 1482 é enviado numa missão diplomática a Castela como secretário, a fim de negociar o tratado de paz que havia sido celebrado na sequência da batalha de Toro da qual D. Afonso V saiu derrotado, tendo participado em outras embaixadas. A partir de 1490, Rui de Pina trabalha das Crónicas e, depois da morte de D. João II, D. Manuel, confirma a nomeação feita por seu primo, acrescentando a honra de Guarda-Mor da Torre do Tombo e Cronisca Mor em 1497. Desde o século XVIII que lhe são atribuídas oito crónicas, tendo sido publicadas por Miguel Lopes Ferreira entre 1727 e 1729 as crónicas de D. Sancho I, Afonso II, Sancho II, Afonso III e D. Dinis e, nos já referidos volumes da Colecção de Inéditos, as crónicas de D. Duarte, Afonso V e D. João II. Anteriormente, por iniciatica de Pedro de Maris, é publicada em 1653 a crónica de D. Afonso IV. Ainda foi incumbido por D. João III da crónica de D. Manuel, mas desconhece-se qualquer fragmento desse documento. Segundo alguns críticos, a crónica de D. Afonso V tem como autor de uma primeira parte Gomes Eanes de Azurara, tendo continuado o trabalho Rui de Pina. Há, no entanto, vários autores, desde logo Damião de Góis na Crónica de D. Manuel, que acusam o trabalho de Rui de Pina e até a sua autoria. Independentemente das dúvidas sobre o rigor e autoria das Crónicas de Rui de Pina, “nunca será indiferente, antes é importante, conhecer como Rui de Pina, vivendo num período histórico tão agitada e nele directamente interveniente, pôde apreciar e julgar os homens, os do seu tempo e os do passado […], enfim, as notas de timbre moral e político que têm acento verdadeiro nos seus trabalhos.” [cf. Crónicas de Rui de Pina, int. e revisão de M. Lopes de Almeida, Porto, Lello & Irmão, 1977, p. XXII] A cópia manuscrita da Crónica de D. Afonso V que ora apresentamos, está completa de texto, possuindo todos os capítulos e correspondendo com poucas variantes, naquilo que nos foi possível comparar, ao texto que foi publicado em 1790. Notar ainda da importância histórica desta crónica, referente ao período de expansão portuguesa no Atlântico. bib: Inocêncio, v. 7, p. 191 (para a edição impressa)
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