Biblioteca Particular, Parte V
Lote 123:
PERES (Fernando)
CRONICA da fundaçam do moesteyro de san Vicente dos conegos regrantes: da hordem do aurelio doctor sctõ Augustinho: e[m] a cidade de Lixboa. Coimbra: Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, 1538.
a-f4; [24] ff.; 190 mm. Encadernação inteira de carneira do século XIX com pequenos furos de traça; corte das folhas carminado; aparo excessivo no frontispício afectando ligeiramente a cercadura gravada; últimos três fólios com pequena perda de suporte afectando ligeiramente o texto; o nosso exemplar possui a indicação manuscrita a carvão de que pertenceu a Martinho da Fonseca, facto que não podemos de todo confirmar, ficando apenas a nota interessante que foi precisamente o exemplar desse bibliófilo que foi utilizado por Anselmo para a sua bibliografia.
OBRA RARÍSSIMA, não referida no catálogo de D. Manuel (Livros Antigos Portugueses e catálogo da biblioteca organizado pelo Dr. João Ruas) nem na grande maioria das bibliografias consultadas. Ameal, Samodães e Manuel dos Santos (Bibliografia Geral) apenas referem a edição fac-similada de 1873 mandada executar por Nepomuceno. A ‘Crónica da Fundação do mosteiro de São Vicente foi provavelmente recompilada em Santa Cruz entre os séculos XIII e XIV, apresentando exemplos de cavaleiros mártires. A sua primeira versão no século XII tinha o título latino ‘Indiculum Fundationis Beati Sancti Vicentii’ estando a crónica organizada em torno da fundação da cidade de Lisboa. A obra é atribuía a Fernando Peres (ou Pires) que, segundo Barbosa, nasceu em Lisboa tendo exercido o cargo de Regedor das Justiças e assistido à conquista da cidade de Lisboa em 1147. Inocêncio, inadvertidamente, diz que Barbosa não menciona a obra, provavelmente devido à atribuição da autoria que não se encontra em qualquer lugar da obra. A impressão, esmerada, inicia-se com um frontispício gravado, estando decorada com bonitas letras capitais. No último fólio uma gravura representando o Cordeiro de Deus (Agnus Dei).
Barbosa, v.2, p. 49; Anselmo, 454; Inocêncio, v. 2, p. 111; Pinto de Matos, p. 160
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