Biblioteca Particular, Parte III
terça-feira, 16 de junho de 2015 às 20:15 UTC
Lote 155:
GALVÃO (Joaquim de Santo Agostinho Brito França)
ENSAIO sobre a História da Língua Portugueza
[18] ff., 709 pp., 2 ff.; 215 mm.
PRECIOSO manuscrito de uma obra inédita do Fr. Joaquim de Santo Agostinho, ao que parece nunca publicada, mas da qual Inocêncio se refere como existindo manuscrito.
Joaquim de Santo Agostinho Brito França Galvão professou a ordem de Santo Agostinho a 13 de Julho de 1783 e foi sócio da Academia das Ciências, encarregado de examinar os carótios do reino e em cujas memórias publicou alguns dos seus trabalhos. Natural de Tavira, nascido em 1767, foi deputado eleito às Cortes de 1822 e em 1823 agraciado com a Comenda da Ordem de Avis. Morreu na Abadia de S. Tiago de Lustosa, no Arcebispado de Braga para onde tinha sido nomeado Abade em 1845.
Este manuscrito foi claramente preparado para impressão como se pode depreender pela penúltima folha do volume onde se dão indicações ao editor numa secção intitulada “Advertências que se não devem imprimir”.
A datação do manuscrito é dada por uma indicação no final do Prólogo que diz “o A. tem ao presente completos 22 annos, e poucos meses”, portanto, 1789, fazendo desta obra uma das primeiras a ser escrita pelo autor. Desconhecemos as razões porque não foi impressa.
A folha final inclui um “Catálogo das obras do mesmo A. em Literatura Portugueza” e faz referência a vários manuscritos não impressos ainda, alguns deles já licenciadas e que compulsando o catálogo de Inocêncio verificamos de facto terem sido impressas.
Inocêncio dá notícia da existência deste e de vários outros manuscritos do autor que ainda não tinham sido publicados.
O manuscrito está numa letra perfeitamente legível e está dividido em três partes. A primeira em que trata de explicar da impossibilidade de se saber qual a língua original no território Ibérico, refutando a então comum observação que teria sido a língua hebraica. A segunda parte analizando os vários alfabetos antigos usados na Península. Por fim, na terceira parte, analisa a nossa língua propriamente dita, os seus filólogos mais antigos, estabelecimento, etc.
É, indiscutivelmente, um interessantíssimo manuscrito inédito.
bibliog.: Inocêncio, v. 4, p. 57; v. 12, p. 147
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