Biblioteca Particular, Parte II

quinta-feira, 24 de outubro de 2013 às 17:30 UTC

CASTELO BRANCO (Camilo). A INFANTA Capellista: romance / por [...]. s.d

Preço base: €150

Preço estimado: €300

Comissão da leiloeira:

CASTELO BRANCO (Camilo)
A INFANTA Capellista: romance / por […]
S. Paulo: Tipografia Edanee, s.d

[4], 128, [2] pp.; 240 mm.

Reimpressão fac-similada de uma das peças mais raras da bibliografia camiliana. Publicada originalmente em 1872, “A Infanta Capellista” é vista por muitos biógrafos como um romance de vingança por Camilo ver rejeitadas as suas aspirações a um título nobiliárquico. Sabemos que o romancista estava a escrever o dito romance onde parodiava com a Família Real, que “deve ser pendurado nos in-fólios genealógicos da Casa de Bragança, que Deus guarde, e não nos esperdice a nós” (carta a Castilho), desde Novembro de 1871. O romance chega ao prelo, mas, instigado por uma visita do Imperador D. Pedro II, provavelmente prometendo-lhe o tão ambicionado título, Camilo manda suspender a impressão e destruir o que até aí fora impresso.
A sucessão de acontecimentos vividos pelas folhas impressas da Infanta são hoje uma curiosa e muito interessante história de bibliofilia, também ela sentida pelos camilianistas como uma pitada de sal na intricada novela de que um escrito é protagonista.
Da Salsicharia Francesa foram saindo várias folhas para embrulhar os mais diversos artigos à venda no estabelecimento. Por mero acaso, chegou uma folha com frontispício a António Joaquim Rebelo. E o que se passou a seguir conta-nos Dias da Costa: «Surpreendido, foi Rebelo à mercearia e adquiriu toda a papelada. Procurou completar os exemplares e alguma coisa conseguiu; divergem, porém as informações quanto ao número. Henrique Marques fala em meia dúzia. O mesmo diz Sequeira. Na 3.ª ed. do Carrasco (1916) dizem os editores que Rebelo apenas conseguiu um exemplar completo de 128 páginas, mandando depois reimprimir a 5.ª folha (págs. 65 a 80), arranjando assim uns doze exemplares. Manuel dos Santos (Revista Bibliográfica Camiliana, I, pág. 239) informa que em 1915 apareceram à venda em dois alfarrabistas do Porto, uns oito exemplares com a 5.ª folha reimpressa. Em 1913, num leilão, em Lisboa, vendeu-se um exemplar autêntico, isto é, com aquela folha da primitiva impressão. Como se vê, não é possível, com o que aí fica, saber ao certo o número de exemplares; sabe-se, e já não é pouco, que são raríssimos.».
Mais tarde publicaram-se duas edições fac-similadas, a presente e outra no Porto, ambas de tiragens reduzidas.

 

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