Biblioteca Particular, Parte II
Lote 239:
O lote foi removido do leilão
MOYSES BEN NAHMAN
PERUSCH-Ha-Tora [Comentário sobre o Pentateuco]
[Lisboa]: [Rabi Elieses Toledano], [1489]
[125 de 300] ff.; 300 mm.
RARÍSSIMO fragmento do um dos primeiros incunábulos impressos em Portugal. Impresso por uma das três tipografias hebraicas existentes em Portugal (Lisboa, Faro e Leiria, cf. D. Manuel). Parece que o Rabi Elieser teve tipografia na capital entre 1489 e 1492e que esta foi a primeira obra saída dos seus prelos.
Transcrevemos o que se encontra na Bibliografia Geral Portuguesa o texto que diz respeito ao tipógrafo: «O Rabi Elieser Toledano está para os seus correligionários Gacon e os Ortas como Valentim Fernandes para os outros impressores que trabalharam em Portugal no século XV: uma maior perfeição técnica e um número mais elevado de impressões.
A actividade da sua oficina, cujo material parece, em grande parte, proveniente da imprensa hebraica de Hijar — que terminou a sua produção em 1490 — durou quatro anos, de 1489 a 1492, correspondendo exactamente esta última data à expulsão dos judeus da Espanha. […] Haebler atribui o encerramento da oficina à sua trasladação para Constantinopla. O que parece fora de dúvida é que Rabi Elieser foi editor, e não mestre impressor; e mais que editor, mecenas, cujo nome brilha no cólofon de magníficas e artísticas edições, deixando a sua fama quasi apagados os nomes dos seus mais directos colaboradores, talvez os verdadeiros técnicos da remota e primeira oficina tipográfica de Lisboa: Rabi Zorba, Zacheo, filho do próprio Rabi Elieser, e Moisés, filho de Semtob, impressor que mais tarde, homiziado, exerceu a sua profissão em Constantinopla ou em Nápoles.»
Sobre Moises Ben Nahman, nasceu em Gerona em 1194 e morreu na Palestina, cerca de 1270. Estudou medicina e filosofia, tendo composto diversas obras, sendo a presente a sua última, considerada a sua obra prima. «Em 1263, em vista da controversia havida em Barcelona, na presença do Rei Jayme de Aragão, entre Moyses Ben Nahman — era então Rabbi Mór da Catalunha —, e Pablo Christiani, sobre matérias religiosas, Moyses foi obrigado a sair da Catalunha: passou uns três anos em Castela ou no sul de França, e em 1267 emigrou para a Palestina, instalando-se em Acre após uma curta estada em Jerusalém», onde viria a morrer [D. Manuel].
Além da detalhada descrição que nos é feita por D. Manuel [D. Manuel, v. 1, p. 23], consulte-se Bibliografia Geral, v. 1, n. 2; Haebler, 458, Hain, 11670. Está também disponível no sítio da internet da Biblioteca Nacional Digital uma cópia digital do exemplar existente na Biblioteca Nacional em http://purl.pt/16559/4 [consultado em 01.09.2013, 14:54]
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