Biblioteca Particular, Parte I
Lote 239:
ORÓSIO (Paulo)
PAVLO Orosio Tradotto di Latino in Volgare per Giovanni Gverini da Lanciza novamente stampato
[Tuscula]: [Alexandre Paganino], s.d. [depois de 1521 e antes de 1533]
8.º; a-x/8, y/4; [172] ff.; 160 mm.
PRIMEIRA edição italiana do mais importante escrito do autor bracarense, uma das principais figuras da Península na primeira metade do século V.
Quando Paulo Orósio (390 ? – s. V) recebeu o sacramento da ordem, estavam as heresias de Prisciliano e Orígenes ganhando adeptos na Península. O desejo de combater esses erros, levou-o até Hipona para consultar Santo Agostinho, a quem mostrou o seu ‘Commonitorium de errore priscillianistarum et origenistarum. Partiu depois para Jerusalém com o desejo de se instruir mais na fé católica, levando consigo uma carta de recomendação de Santo Agostinho dirigida a S. Jerónimo. Participou no Concílio de Jerusalém, expondo e completando a doutrina dos seus mestres contra a heresia pelagiana. Acusado de blasfemo pelo bispo de Jerusalém, João, partidário de Pelágio, Orósio escreveu o ‘Liber apologeticus, contra Pelagium de arbitrii libertate’. Regressou a Hipona, onde escreveu esta sua obra intitulada, no original latino ‘Historiarum adversus paganos libri VII’, destinada a desenvolver a ideia, já apontada por Santo Agostinho na ‘De Civitate Dei’, de que as calamidades presentes não resultavam da cólera dos deuses, indignados pelo abandono do seu culto, como afirmavam os pagãos.
Resumo da história do mundo desde Adão à sua época, a ‘Historiarum’ de Paulo Orósio é a primeira tentativa de história universal de um autor cristão. Utilizando a Bíblia, Tito Lívio, os Comentários de Júlio César, Tácito, Junstino, Floro, Eutrópio, Rufino e Santo Agostinho, divide a história em quatro períodos, preferindo explanar as consequências terríveis das guerras, em vez das guerras em si.
Com variadíssimas edições publicadas, esta é a primeira edição em língua italiana, desconhecendo-se a data exacta da sua impressão, mas, uma vez que Alexandre Paganino só começou a imprimir na cidade de Tuscula em 1520 desenvolvendo a sua actividade nessa cidade até 1533, podemos concluir que esta impressão se encontra nesse intervalo temporal, refutando-se assim a afirmação de Palau que a dá como impressa por volta de 1510.
Raríssimo e muito importante.
Bibliografia Geral, II, p. 154; Palau, V, p. 377; DHP, IV, p. 483-484
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