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CASTELO BRANCO (Camilo). AMOR de Perdição (Memorias d’uma Familia): Romance / por [...]. 1862

O leilão começará em __ dias e __ horas

Preço base: €1,000

Preço estimado: €1 500

Comissão da leiloeira:

CASTELO BRANCO (Camilo)
AMOR de Perdição (Memorias d’uma Familia): Romance / por […]
Porto: Em Casa de N. Moré, 1862

XII, 250 pp.; 200 mm.

PRIMEIRA EDIÇÃO. Escrito na Cadeia da Relação do Porto durante o ano de 1861, Camilo inspirou-se numa lenda de família em que se contava que um seu Tio, Simão Botelho, teria acabado degredado para a Índia por “crimes amorosos”. Também ele preso por iguais razões, aguardando julgamento com a sua mulher de sempre, Ana Plácido, ao mesmo tempo procurando a reconciliação com uma sociedade ainda incapaz de compreender o que se designava por “direitos do coração”, Camilo escreve a que é considerada a sua mais importante e magistral obra, ou, pelo menos, com toda a certeza, a que maior audiência recolheu. Centrada no tema dos amores contrariados em nome de rivalidades nobiliárquicas, encontramos no desenvolvimento da acção elementos fundamentais da temática ficcional camiliana como o encerramento forçado no convento, perseguição, prisão, desterro e morte do herói. Ao mesmo tempo, as personagens possuem traços de grande propriedade, ajudadas pela enorme mestria com que Camilo estrutura o discurso narrativo e maneja os vários recursos estilísticos da língua portuguesa, contruindo-se assim um texto “de grande densidade poética, numa singular sinfonia de vozes que vão desde o linguajar campesino do ferrador João da Cruz às exaltações do lirismo romântico patente nas cartas de Simão e de Teresa, passando pelo recorte aliteratado e arcaizante dos fidalgos provincianos […]” (Biblos, I, col. 330). O “Amor de Perdição” foi escrito, como já ficou dito, na Cadeia da Relação do Porto enquanto Camilo aguardava julgamento pelo crime de adultério, em 1861, estando a dedicatória a Fontes Pereira de Melo datada de Setembro desse mesmo ano. A data apresentada no frontispício da obra indica o ano seguinte, 1862, mas segundo Alexandre Cabral no seu “Dicionário de C.C.Branco” (p. 30), o periódico “Revolução de Setembro” dá-o, em 1 de Janeiro de 1862, como estando já em circulação, pelo que é possível que a obra se encontrasse à venda ainda antes do fim de 1861. A reforçar esta ideia, está o facto de Camilo ter saído da prisão em Outubro de 1861, pelo que, no momento, mais que a sua constante necessidade de reconhecimento público, a sua nova situação familiar carecia de forma de sustento regular. Curiosidade bibliográfica é também a existência de uma tiragem muito reduzida em papel inglês cartridje de que nos dão conta Henrique Marques e Manuel dos Santos nas suas Bibliografia Camiliana e Revista Bibliográfica Camiliana, respectivamente. MUITO RARO.

 

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