Biblioteca Eng.º Guedes Rodrigues
Lote 114:
BERNARDES (Diogo)
O LYMA de Diogo Bernardes em o qual se contém as suas Eclogas e Cartas […]. Em Lisboa: Em Casa de Simão Lopez, 1596.
4, A-V8, X3; [4], 173 ff.; 180 mm. Encadernação inteira de pele; super-libros da Biblioteca Salvá a ouro nas pastas; decoração a ouro na lombada e seixas; dourado por folhas; boas margens; limpo.
PRIMEIRA EDIÇÃO, muito rara, de uma das vozes mais importantes da poesia portuguesa de Quinhentos.
Natural de Ponte da Barca, e com uma vida que o levou a percorrer várias vezes o caminho da sua terra natal até Lisboa e de regresso, Diogo Bernardes, segundo Aníbal de Castro, “revela-se dotado de um flagrante ecletismo estético, assimilando com interesse fácil e permanente sentido do decorum renascentista tudo quanto considerava susceptível de dar expressão ao seu sentir poético”.
A proximidade com a corte, onde, apesar das ausências para a sua terra natal, permaneceu ligado nos reinados de D. João III a D. Filipe II, permitiu-lhe a convivência com as mais influentes figuras da cultura e política portuguesas, entre eles Sá de Miranda e António Ferreira ou os infantes D. Duarte e D. Teodósio, influenciando a sua obra.
A obra adquire também uma importância para a crítica Camoneana, uma vez que vários dos textos contidos nas suas obras são atribuíveis a Camões., levando mesmo à acusação por Faria e Sousa de que Diogo Bernardes se havia apropriado de textos de outros poetas. Segundo Aníbal de Castro, a crítica mais recente parece demonstrar que se tratou de apropriação indevida “pelos sucessivos editores de Camões e em prejuízo de Bernardes.”
Raríssimo, valioso e importante.
¶ Inocêncio, v.2, p. 148; Anselmo 818; D. Manuel II, 248; Biblos, v.1, c.644
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